segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O Clube Aliança de Esteio (RS)


O Clube Aliança de Esteio (RS) foi fundado na década de 40, e teve sua majestosa sede na Av. Presidente Vargas inaugurada em 1953. Na época da inauguração o clube somava mais de 700 sócios e era presidido pelo sr. Luiz Alécio Frainer. 

O prédio apresentava características do estilo Art Déco, com a fachada movimentada em curvas e ressaltos de formas geométricas e é representativo do prestígio das entidades associativas no período.

Fonte: A Gazeta de Esteio - Setembro de 1953





O neogótico na paisagem de Novo Hamburgo


A perspectiva acima, desenhada pelo arquiteto Siegfried Bertoldo Costa, apresenta seu projeto da Igreja da Ascensão em Novo Hamburgo, em conjunto com a casa pastoral ao lado (não construída).

A construção do templo iniciou em 1948, sob a responsabilidade de Marx Herrmann Schlüpmann. Sua inauguração se deu em 1951.

A adoção do estilo neogótico reflete uma opção da Comunidade Evangélica, buscando reforçar a identidade teuto-brasileira em um contexto de campanha de nacionalização. A opção pelo neogótico desconfortava o arquiteto, que era influenciado pela corrente arquitetônica vinculada a Neue Sachlichkeit (nova objetividade). Apesar da estética tradicional, o projeto incorpora algumas premissas funcionalistas, como o posicionamento da torre na parte dos fundos.

O prédio foi tombado como patrimônio cultural do município em 2008.

Fonte: Jornal O Cinco de Abril, 08.04.1949




sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Uma aposta na Serra: Hotel Cavalinho Branco no Lago São Bernardo


Apostando no apelo turístico de São Francisco de Paula, foi constituída a "Sociedade Territorial São Francisco de Paula" - dirigida pelo Sr. Alfredo Hatheier - que realizou o loteamento da "Vila São Bernardo" próximo da cidade, a partir de 1948. O projeto arrojado ocupava área privilegiada no cume dos morros, contornando um grande lago artificial.

Símbolo do empreendimento, e até hoje marcante na paisagem junto ao Lago São Bernardo, o Hotel Cavalinho Branco foi projetado pelo engenheiro-arquiteto Eugenio Deutrich e suas obras já estavam bastante avançadas em 1959. Curiosamente, teve um "irmão menor" projetado e inaugurado um pouco antes: o hotel Cisne Branco.

No Cavalinho Branco pretendia-se comercializar 47 apartamentos, cujos atrativos propagandeados aos compradores, além do clima da cidade, seriam os serviços de um hotel de alta classe: restaurante, sala de recreio, biblioteca, bar com calefação, parques, esportes aquáticos, equitação e canchas de tênis. Seria, ainda, facultado que o apartamento fosse locado a terceiros pela administração, gerando divisas ao proprietário do apartamento.

Aparentemente o modelo de negócio não funcionou: já em 1961 o prédio inteiro era anunciado inteiro para venda, como imóvel "próprio para hotel de luxo, edifício em condomínio, escola, seminário, colônia de férias, etc." Apenas em meados da década de 1970 o prédio seria finalmente transformado em hotel.

Atenção: Este blog tem como proposta a divulgação histórica. O conteúdo não guarda nenhuma relação com o funcionamento atual do Hotel, que utiliza o mesmo nome. Há artigos na internet divulgando que a construção seria dos anos 1930, o que parece incorreto frente aos dados levantados nas fontes citadas.

Fonte: Jornal Diário de Notícias, 11 de Janeiro de 1959. Acervo BN.
Jornal Diário de Notícias, 22 de Janeiro de 1961. Acervo BN.
Correio do Povo 01 de Janeiro de 1957. Arquivo Histórico Moysés Vellinho.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Uma semicaverna em Campo Bom (RS)

Por ser densamente urbanizado, o município de Campo Bom normalmente não remete a belezas naturais.  Entretanto, alguns recantos ainda pouco conhecidos apresentam qualidades únicas e tem fortes laços com a história local.
Ao copiar cite a fonte: memoriadrops.blogspot.com
Um destes recantos situa-se no Quatro Colônias Norteuma formação rochosa de pedra arenito, consistindo uma espécie de semi-caverna. O local teria sido utilizado como abrigo pelos povos indígenas. Além de abrigo natural, a formação constitui uma espécie de mirante, de onde se tinha uma ampla vista panorâmica para o entorno. 
 Ao copiar cite a fonte: memoriadrops.blogspot.com
Posteriormente, a comunidade teuto-brasileira que se instalou por ali teria utilizado o espaço para celebrações e festas, como casamentos e aniversários. Foi batizado de Steinköpfche (“cabecinha de pedra”), ou ainda "Königsköpfche" ("cabecinha do rei") - em referência ao vizinho Königsberg (atualmente chamado morro Dois Irmãos).
 Ao copiar cite a fonte: memoriadrops.blogspot.com
No local existe um nicho que teria abrigado um “Phis Menche”, a escultura de um menino nu que urinava cerveja ou bebida gasosa. O local teria sido utilizado pela comunidade local até meados de 1910. 
 Ao copiar cite a fonte: memoriadrops.blogspot.com
FONTES:
Campo Bom: Escola e Comunidade contando sua história. Campo Bom: Caeté, 1988.
CULLMANN, H. Land unterm königsberg. São Leopoldo: Kalender für Deutschen in Brasilien, 1939. p. 86–113.
 LANG, Guido. Campo Bom: História e Crônica 1826-1996. Campo Bom: Papuesta, 1996.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O plano cicloviário de Campo Bom (RS)



O plano cicloviário de Campo Bom tem sua origem no Projeto Integração, na gestão do prefeito Nestor Fips Schneider. O programa, parcialmente financiado pela EBTU – Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, tinha como finalidade qualificar a mobilidade urbana, pois na época era expressivo o uso de bicicleta pelos operários das fábricas de calçados, e também bastante frequentes os acidentes de trânsito.
Cópia apenas com autorização expressa do autor do blog Memória Drops.
 As obras da primeira etapa iniciaram em 1977 e foram concluídas em 1981. A solenidade de inauguração do Anel Cicloviário completo se deu em 1983. O paisagismo foi completado com plantio de canafístulas e outras plantas de grande crescimento vertical, com intenção de formar “túneis verdes”.

A malha cicloviária continua sendo ampliada através das décadas, sendo bastante expressiva para o porte da cidade. Em 2016 foi incluída no Inventário do Patrimônio Cultural Arquitetônico e Paisagístico de Campo Bom.

Fontes consultadas:
Jornal O Fato, 23 de julho de 1977 e 31 de janeiro de 1981.
Sistema Cicloviário Municipal – Monografia. Supervisão Técnica Municipal, 1984.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Moinho Rasche de Nova Petrópolis

O antigo Moinho de Cereais de Gustavo Rasche & Cia situa-se às margens da estrada BR-116, na entrada de Nova Petrópolis. Na sua simplicidade e imponência, representa os moinhos coloniais bastante frequente nas áreas de imigração alemã e italianas.

O prédio, com porão de alvenaria e três pavimentos de madeira, foi construído em 1953. Desativado, passou por alguns anos de abandono até ser finalmente adquirido pela Prefeitura Municipal e passar por obras de recuperação em 2008. O moinho preserva parte do seu maquinário, funcionando como um museu aberto a visitação.

A imagem mostra a edificação reproduzida em um anúncio de jornal no ano de 1958.

Fonte da imagem: Publicidade no caderno especial 1º Centenário da Colonização de Nova Petrópolis do Jornal A Hora - 1958. Acervo do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.



domingo, 10 de julho de 2016

Construção das pontes da Estrada Presidente Lucena


Entre as obras listadas no Relatório da Secretaria de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul de 1918, estão as pontes da Estrada Presidente Lucena, entre o Arroio Veado e o Arroio Serraria.

Na imagem acima, a construção da ponte sobre o Arroio Veado, tendo já concluídas as cabeceiras de pedra. No local onde hoje se situa o município de Presidente Lucena.
Fonte: Relatório apresentado ao Dr. A. A. Borges de Medeiros Presidente do Estado do Rio Grande do Sul pelo Dr. Idelfonso Soares Pinto Secretario de Estado dos Negócios das Obras Públicas (1918)  - Acervo do AHRS.