Antônio Prado teve em sua área urbana uma das mais imponentes e impressionantes edificações de madeira já construídas no Brasil. Trata-se da sede antiga do Clube União, inaugurada em 1923.
A edificação contava com dois pavimentos, e ainda com o sótão habitável, abrigado sobre um telhado de múltiplas águas e inclinação bastante acentuada. A volumetria do Clube União era marcante e imponente, integrando ainda nos beirais lambrequins de dimensões e desenho únicos.
Além dos eventos, bailes e festividades sociais, o prédio abrigou um cinema de 1928 a 1936, operado pelo sr. Calvino Palombini.
Infelizmente na década de 1960 o prédio foi desmanchado (foto), com a construção da nova sede do Clube. É importante frisar que, a esta época, o patrimônio cultural das imigrações ainda era completamente ignorado não só pela sociedade brasileira, mas pelos próprios institutos de patrimônio. A narrativa unificada que ainda imperava era o discurso do patrimônio arquitetônico luso-brasileiro.
Felizmente desde o final da década de 80 o patrimônio cultural das imigrações vem sendo reconhecido, embora o processo seja ainda bastante lento. Antônio Prado conta hoje com um conjunto de dezena de imóveis de madeira tombados como patrimônio nacional. É uma pena que o Clube União não tenha resistido até o tombamento. Sua perda deve servir de referência para que se evite a continuidade da demolição de tantas outras referências culturais.
FONTES: BARBOSA, Fidélis Dalcin. Antônio Prado e Sua História.
Fotografia: Autoria de Nereu José de Boni. Publicada por Carla de Boni no grupo Memórias de Antônio Prado no Facebook.
Fotografia: Autoria de Nereu José de Boni. Publicada por Carla de Boni no grupo Memórias de Antônio Prado no Facebook.
Há que se corrigir. Ele foi desmanchado no final da década de 70, começo dos anos 80, quando a nova sede já estava pronta para dar lugar ao prédio da empresa telefônica.
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