quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Prédio da Comissão de Terras e Colonização em Santa Rosa (RS)

 
A história do município de Santa Rosa (RS) insere-se na última etapa do processo de colonização no Estado do Rio Grande do Sul. O processo de distribuição dos lotes iniciou-se em 1915 e foi promovida pelo Estado do Rio Grande do Sul em terras pertencentes a União.

Boa parte dos colonos que ocuparam estas terras eram teuto-descendentes, filhos ou netos de imigrantes das colônias mais antigas. No entanto também alguns imigrantes estrangeiros foram atraídos para esta região, em sua maioria profissionais artesãos ou técnicos.

Curiosamente o prédio da Comissão de Terras e Colonização segue existindo, ainda de posse do governo estadual e ocupado por repartições públicas. Espera-se que seja preservado e devidamente restaurado por sua importância no contexto da colonização do Estado do Rio Grande do Sul, especialmente por tratar-se de remanescente das iniciativas públicas do governo estadual neste sentido (em contraste com as iniciativas mais antigas, imperiais, ou ainda com as tantas colonizações particulares subsidiadas ou não pelo Estado, que foram bastante comuns).

É exemplar raro e original, ainda, das tantas construções de madeira que caracterizaram as "colônias novas", das quais poucas restam. Todo este acervo vem paulatinamente desaparecendo.
 
"Um dos exemplos mais interessantes constitui, sem dúvida, o de Santa Rosa, que, com o nome 14 de julho, foi o centro da colônia instalada em 1915 no município de Santo Angelo. A Inspetoria de Terras e Colonização lá tem ainda seus escritórios no mesmo chalé de madeira, um pouco afastado do atual centro da cidade, numa das ruas em diagonal. Santa Rosa tornou-se sede do município de mesmo nome em 1931. A povoação, porém, só contava com 280 casas de madeira que, em 1940, abrigavam 1800 habitantes. Em 1950, possui 5000 habitantes, e as casas de tijolos e cimento se constroem na proporção de várias centenas por ano, distribuindo-se em volta do tabuleiro de ruas entre o antigo núcleo administrativo e a estação construída quando da implantação da viação férrea, em 1940. No centro, encontram-se a estação rodoviária e a Prefeitura Municipal, majestoso edifício de concreto, o maior de todos os municípios do Estado (salvo Porto Alegre). Há agora, um serviço de águas, uma central elétrica, escolas, uma biblioteca, uma estação de rádio, hotéis, casas de comércio, quartéis e todo um bairro militar, onde residem os oficiais e suboficiais. Santa Rosa vive principalmente de comércio. (...)"

 ROCHE, Jean. A Colonização Alemã no Rio Grande do Sul. Volume I. 1969

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